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Por estes lados, são muitas as vezes que me perguntam se não tenho saudades do meu Portugal.
As reacções à minha resposta costumam ser de surpresa.
Se tenho saudades de Portugal?! Não.
Se tenho saudades de algumas pessoas? Tenho, e muitas.
Se tenho saudades do Sol e do clima? Nem se fala.
Se tenho saudades da comida?? Epah, basta ver a minha mala cada vez que volto de Portugal.
Eu acho que não. Até porque Portugal é muito mais que isto, e bem vistas as coisas e a actual situação que o país atravessa, a vontade de muita gente era de se ir embora.
Estou bem onde estou e como estou, mas os pontos mencionados acima continuam a ser um vazio constante e irão sempre ser. Esteja eu onde estiver.
Mas uma coisa é certa: não há comida como a nossa, não há Sol como o nosso, o som do Atlântico é algo indescritível, e os amigos e a família… bem, esses estão sempre connosco (os verdadeiros amigos estão), à distância de uma mensagem/skype/telefonema, a qualquer hora do dia/noite. Cliché?! Talvez, mas não deixa de ser uma grande verdade.
A família também, mas isso já varia de pessoa para pessoa. As pessoas de quem eu sinto falta, sabem disso.
Por todos estes motivos, uma simples ida ao mercado daqui, permitiu-me ter comigo algumas das coisas que sinto falta. Já dá para adivinhar o quê, tendo em conta que Sol não se compra (se bem que dava imenso jeito por estas bandas)….
Eu parecia um “kid in a candy store”! Literalmente.
Só me faltou chorar (embora já tivesse aquele nó na garganta) quando olhei para as douradas, grandes e frescas, ou para os inúmeros polvos, ali, mesmo à mão de semear….(isto só para dar um exemplo)
Encontrar malaguetas à venda ou presunto de qualidade, foi o suficiente para me por a dar pulos de contente (sim, literalmente!).
E se a Mariza me trouxe as lágrimas aos olhos com o seu “Oh Gente da minha Terra“, poder comer comida de jeito (sim, esta gente daqui não sabe o que é comida!!!), teve o mesmo efeito.
O homem cá de casa ficou espantado, mas esta é mais uma daquelas coisas que não se explicam; sentem-se, e só aqueles que se vêm privados destes pequenos prazeres, sabem ao que me refiro.
Uma pequena nota aos amigos & familia que lêm este blog: não se preocupem! não vos trocava por um polvo ou algo do género! 😉
Mas como não se pode ter tudo, vou aproveitando nos entretantos, ok? 🙂
Mas como não se pode ter tudo, vou aproveitando nos entretantos, ok? 🙂
0 Responses
Mais descansado pela parte que me toca (em relação à não troca com outros produtos).lol Quanto ao tema do post, na minha opinião tens saudades de Portugal, ou das coisas que fazem parte intrinsecamente do nosso país, o que vai dar ao mesmo. Outra coisa é, racionalmente, concluir (2 segundos chegam para essa reflexão, ou nem isso…), que estás muito melhor onde estás do que estarias aqui.
Quanto a esse mercado, é coisa nova na cidade ou decidiste-te a explorar agora?
que texto lindo!
Hmmm… N sei se concordo ctg ou n… 🙂
O mercado sempre existiu, eu é que nunca tenho tempo para lá ir (é às 6a feira de manha…. dá imenso jeito!)
Obrigada!!! 🙂